quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Ataque aéreo americano no Iêmen deixa pelo menos 13 civis mortos.

Pelo menos 13 civis morreram e outros 11 ficaram feridos nesta quinta-feira em um ataque equivocado de aviões não tripulados americanos no centro do Iêmen.
O episódio aconteceu quando vários foguetes foram disparados contra cinco dos 11 veículos pertencentes a líderes tribais que retornavam de um casamento em Yecla, na província de Al Baida, localizada no centro do Iêmen e cerca de 270 quilômetros ao sudeste de Sana.
É a terceira vez que aviões não tripulados americanos bombardeiam civis por engano no Iêmen. O ataque anterior ocorreu em setembro de 2012, quando morreram 12 civis, também em Al Baida. O governo dos Estados Unidos intensificou desde 2011 as campanhas com aviões não tripulados no Iêmen com o objetivo de acabar com militantes da Al Qaeda nessa região.
Vítimas civis dos ataques não tripulados americanos denunciaram no mês passado esse tipo de prática, que qualificaram de "indiscriminadas", e criticaram a presença desses aparelhos que quase diariamente sobrevoam zonas rurais iemenitas.
A organização Al-Qaeda na Península Arábica, que inclui combatentes sauditas e iemenitas, tem no Iêmen sua base de operações e conta com campos de treinamentos nesse país, segundo as autoridades iemenitas e americanas.

Putin defende Rússia como reduto conservador em um mundo sem rumo.

"O mundo é cada vez mais contraditório e agitado. Nestas condições, é reforçada a responsabilidade histórica da Rússia", declarou Putin em sua mensagem à nação em um grande salão do Kremlin"



O presidente russo, Vladimir Putin, defendeu nesta quinta-feira sua visão de uma Rússia com responsabilidade histórica, em um mundo instável, bastião contra a hegemonia americana e fiador dos valores ante a decadência do mundo ocidental. A Rússia defende os valores tradicionais, em especial a concepção tradicional da família, e se opõe à tolerância estéril praticada em muitos países, declarou nesta quinta-feira o presidente, em um discurso no Kremlin.
A Rússia rejeita "a suposta tolerância, estéril, que não faz diferença entre sexos", afirmou Putin. "Cada vez mais gente no mundo adota nossa postura, que é a defesa dos valores tradicionais, que constituem há milênios os fundamentos morais e espirituais da civilização de cada povo", acrescentou.
O mundo é cada vez mais contraditório e agitado. Nestas condições, é reforçada a responsabilidade histórica da Rússia.
Vladimir PutinPresidente da Rússia
O chefe de Estado russo também denunciou a "reavaliação das normas morais" em muitos países do mundo, nos quais se exige da sociedade, "por mais estranho que pareça, que coloque no mesmo nível o bem e o mal". A Rússia defende "um ponto de vista conservador" com o objetivo de impedir um retorno em direção ao "caos das trevas", declarou Putin citando o filósofo ortodoxo Nicolas Berdiav, expulso da Rússia após a revolução de 1917.
A Rússia foi muito criticada no Ocidente por promulgar em junho uma lei que proíbe a propaganda homossexual a menores, um texto considerado discriminatório pelos defensores dos direitos humanos. E reagiu com vigor à legalização do casamento homossexual em vários países, entre eles a França.
"O mundo é cada vez mais contraditório e agitado. Nestas condições, é reforçada a responsabilidade histórica da Rússia", declarou Putin em sua mensagem à nação em um grande salão do Kremlin. Trata-se da responsabilidade de um "fiador chave da estabilidade global e regional, e de um Estado que defende com constância seus valores", acrescentou, reivindicando o papel de seu país na crise síria.
Crítica aos Estados Unidos
Aliado há tempos do regime de Damasco, a quem fornece armas, a Rússia bloqueou qualquer intenção de intervenção ocidental em nome do direito internacional. "Não aspiramos ao nome de superpotência, caso se entenda por isso uma ambição de hegemonia mundial ou regional, nós não atacamos os interesses de ninguém, não impomos a ninguém nossa proteção e não damos lições a ninguém", declarou Putin, em clara alusão aos Estados Unidos.
"Mas nos esforçaremos em ser líderes", acrescentou o ex-agente da
KGB, no poder há mais de 13 anos e cujo domínio sobre o país foi se afirmando cada vez mais, assim como as posições russas no cenário internacional.
Ele ressaltou sua determinação em alcançar o projeto de união econômica euroasiática de países criados a partir da ex-URSS, à qual a Rússia convida com insistência a Ucrânia. A renúncia súbita da ex-república soviética a um acordo de associação com a União Europeia para se voltar à Rússia provocou novas tensões nas últimas semanas entre russos e ocidentais.
Ninguém deve ter ilusões sobre a possibilidade de obter a superioridade sobre a Rússia. Não aceitaremos isso nunca.
Vladimir PutinPresidente da Rússia
Já a condenação a dois anos das jovens do grupo Pussy Riot, que cantaram uma "oração punk" contra Putin na catedral de Moscou para denunciar o conluio entre o poder e a Igreja ortodoxa, foi alvo de muitas críticas do Ocidente. Putin advertiu os Estados Unidos, sem citá-los, contra uma tentativa de garantir a superioridade estratégica. "O problema nuclear iraniano termina, mas o sistema de defesa antimísseis prossegue", ironizou.
A Rússia sempre denunciou a instalação ao seu lado de elementos deste dispositivo, justificados pelos Estados Unidos pela ameaça de Estados párias. "Ninguém deve ter ilusões sobre a possibilidade de obter a superioridade sobre a Rússia. Não aceitaremos isso nunca", declarou Putin, lembrando ter lançado um programa de rearmamento do país sem precedentes.

EUA advertem Ucrânia sobre uso da força contra manifestantes.

O governo dos Estados Unidos advertiu nesta quarta-feira a Ucrânia contra o emprego do Exército para conter as manifestações pró-europeias que exigem a saída do presidente Viktor Yanukovich, aliado da Rússia.
Em conversa por telefone com seu colega ucraniano, Pavel Lebedev, o secretário americano de Defesa, Chuck.Hagel, "destacou os danos que poderia causar uma intervenção do Exército para reprimir as manifestações" em Kiev e pediu "moderação" às autoridades.
"O ministro Lebedev garantiu que a posição do presidente Yanukovich é a de não empregar as forças armadas contra os manifestantes; e afirmou que transmitirá a mensagem (de Hagel) diretamente ao presidente Yanukovich", informou um oficial do Pentágono.
Mais cedo, a porta-voz do departamento de Estado Jennifer Psaki revelou que Washington avalia a possibilidade de impor sanções à Ucrânia devido à repressão contra os manifestantes em Kiev.
Milhares de manifestantes pró-europeus seguem desafiando o regime ucraniano e permanecem no centro de Kiev, apesar da ação da polícia de choque, que na madrugada desta quarta-feira expulsou os manifestantes da Praça Independência, reocupada horas depois.
Ao menos 5 mil pessoas estavam reunidas esta noite na Praça, agitando bandeiras ucranianas e europeias para rejeitar a decisão de Yanukovich de negar um acordo com a União Europeia visando manter sua proximidade com Moscou.

EUA: uma pessoa morre após queda de pequeno avião no Havaí.

Uma pessoa morreu após a queda de um avião de pequeno porte com nove pessoas a bordo no final da tarde dessa quarta-feira na costa da ilha de Molokai, no Estado americano do Havaí, de acordo com informações do Corpo de Bombeiros de Maui ao jornal local Honolulu Star-Advertiser.
Segundo Rod Antone, porta-voz do condado de Maui, a vítima é uma mulher, ainda não identificada. A aeronave, um Cessna Grand Caravan da empresa Makani Kai Air, voava com um piloto e oito passageiros, e caiu a pouco menos de um quilômetro da península de Kalaupapa.
As pessoas foram resgatadas da água por um barco e helicóptero da Guarda Costeira. Os passageiros estavam em Kalaupapa para uma visita annual a um antigo centro para pessoas com hanseníase, que funcionou no local entre 1866 e 1969.
A remota península ainda abriga uma unidade para pacientes com a doença, administrada pelo Estado, apesar de poucas pessoas ainda viverem no local. Kalaupapa é também parte de um parque nacional.

EUA: preso é executado pelo assassinato de "bom samaritano"

Um prisioneiro, condenado pelo assassinato de um “bom samaritano” que parou para ajuda-lo depois de seu carro parar por problemas em uma rodovia em 1994, foi executado no final da noite dessa quarta-feira no Missouri, Estados Unidos, de acordo com informações da agência AP. Foi a segunda execução no Estado em três semanas.
Allen Nicklasson, 41 anos, foi declarado morto às 22h52 na prisão estadual de Bonne Terre, oito minutos após o início do procedimento. Ele não quis fazer um último pronunciamento. Nenhum familiar do preso ou da vítima estive presente.
Uma corte de apelações suspendeu a execução na segunda-feira, manifestando preocupação sobre a atuação de sua defesa no julgamento, em 1996. A Suprema Corte, no entanto, não adiou a aplicação da sentença e, como o governador Jay Nixon refusou clemência, Nicklasson foi executado.
Em uma entrevista em 2009, o prisioneiro disse que passou por muito abuso durante a infância. Ele citou que lembrava de sua mãe usando heroína, além de ser alimentado com comida de cachorro e ter precisado, em uma ocasião, lutar contra um cão da raça Doberman por dinheiro. Ele passou grande parte de sua infância mudando de casas e em instituições para meninos com problemas, além de ter se tornado viciado em drogas.
O crime pelo qual foi condenado aconteceu em 1994. Ele e mais dois homens voltavam de uma viagem onde haviam comprado drogas quando seu carro quebrou. A vítima, identificada como Drummond, 47 anos, passava pela via e parou para ajudar o trio, mas acabou sendo roubado e morto por Nicklasson.
Após o crime, o trio ainda dirigiu rumo ao Arizona, onde um casal, que também ajudou os homens, foi morto. Nicklasson e um dos comparsas, Dennis Skillicorn, foram condenados à prisão perpétua pelos assassinatos no Arizona e receberam a pena capital pela morte do “bom samaritano” no Missouri. Skillicorn foi executado em 2009. O terceiro integrante do grupo, Tim DeGraffenreid, admitiu a participação nos crimes e foi condenado por homicídio, mas não foi condenado à morte.

Projeto polêmico: fotógrafo de Newtown registra crianças com fuzil AR-15.Parte da arrecadação com fotos será destinada ao financiamento de campanhas pelo controle das armas de fogo nos EUA

Yuliana tem cinco anos e cabelos escuros que caem sobre seus ombros. Seus olhos miram fixamente, inquisidores, enquanto apoia as mãos sobre o cano de um AR-15, um fuzil de ataque similar ao empregado há um ano por Adam Lanza no massacre de Newtown.
Essa imagem é uma das 20 que compõem a exposição Farewell to Arms, que o fotógrafo Greg Cohen apresenta nesta quinta-feira na galeria The Perfect Exposure de Los Angeles, uma coleção incômoda de ver, criada para movimentar consciências e instigar o debate nacional sobre o acesso às armas de fogo.
Cohen, 43 anos, nasceu e foi criado em Newtown, em Connecticut, onde em 14 de dezembro de 2012 aconteceu o segundo tiroteio mais fatal dos Estados Unidos, na escola Sandy Hook, tirando a vida de 20 crianças e seis adultos.
A tragédia comoveu o país e marcou os habitantes da cidade, que revive a tragédia em seu aniversário de um ano. Cohen, que viajou até lá após o incidente, ainda sente um nó na garganta quando lembra daquele dia.
"É um assunto muito sensível. As pessoas ainda estão com lágrimas nos olhos", disse à Agência Efe o fotógrafo que, movido pela emoção, embarcou no controvertido projeto de armar um grupo de crianças com pistolas e fuzis de plástico para reivindicar medidas que impeçam o acesso fácil às armas.
Seu primeiro passo foi publicar seus planos através de um blog onde encontrou a compreensão de muitos pais dispostos a deixar que seus filhos fossem os portadores de uma mensagem visual dessas que valem mais do que mil palavras.
As fotografias foram tiradas em Los Angeles, cidade onde mora, não sem antes conversar com os pais e tentar se conectar com seus pequenos modelos, consciente da delicadeza do assunto.
"Discutir isto é complicado, sofri durante todo o processo", reconhece Cohen, que deixou claro que as crianças "tristemente já sabiam o que eram as armas" embora durante as sessões tenha evitado que brincassem com elas.
"Só as dava quando estavam prontas (para fotografar)", explicou, e pedia as crianças que pensassem que estavam sustentando um pedaço de pau ou um travesseiro e que, para conseguir uma expressão de contrariedade, "propunha que imaginassem situações em que tinham se sentido rejeitados".
O magnetismo dessas fotografias reside, comentou Cohen, em serem crianças que parecem tão próximas do espectador e que posam, de forma proposital com um fuzil, para incomodar muitos em uma sociedade bastante insensível diante de imagens de menores armados em um ambiente bélico emocionalmente distante.
No total contou com crianças 3 e 10 anos e de diferentes origens étnicas, desde hispânicos a asiáticos, passando por afro-americanos e caucasianos.
Cohen explicou que recebeu apoio de alguns de seus concidadãos de Newtown e que a organização contra a violência das armas Newtown Action Alliance se interessou por seu trabalho, embora de forma extraoficial.
De fato, nenhuma instituição deu um passo à frente e assumiu projeto por ser potencialmente muito polêmico.
"Acho que estão esperando ver como reagem as pessoas", explicou o autor especializado em retratos e reportagens que lhe levaram até o Camboja para tirar fotos de órfãos, apesar dessa nova exposição ganhar em ousadia.
Cohen reconheceu que escolher fazer a estreia em Los Angeles e não em Newtown para evitar ferir sensibilidades, mas insiste que o que o move é um ideal e não uma ânsia por protagonismo.
"Pensar que estou explorando Newtown ou me aproveitando de uma tragédia de uma magnitude como esta... não há nenhuma verdade nisso", constatou Cohen, que acredita que assim que passarem as seis semanas de exibição em Los Angeles, outras galerias e museus se interessarão pela mostra.
As imagens serão vendidas por US$ 1.500 cada. Parte da arrecadação será destinada ao financiamento de campanhas pelo controle das armas de fogo nos EUA.

EUA anunciam novas sanções contra entidades que colaboram com o Irã.


Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira novas sanções contra indivíduos e empresas por realizar transações financeiras com o Irã, um gesto que remarca seu compromisso para deter o programa nuclear iraniano após o acordo de Genebra.
"Estas ações deveriam ser um claro lembrete a empresas, bancos e executivos no mundo todo de que continuaremos aplicando sem descanso nossas sanções, inclusive quando exploramos a possibilidade de uma resolução integral e de longo prazo a nossas preocupações sobre o programa nuclear do Irã", afirmou David Cohen, subsecretário Inteligência Financeira e Terrorismo do Tesouro.
Cohen detalhou em comunicado que o acordo de Genebra "não interfere, nem o fará", nos esforços iniciados por Washington "para expor e entorpecer aqueles que apoiam o programa nuclear do Irã ou buscam evitar nossas sanções".
O acordo de Genebra, selado no último dia 24 de novembro entre Irã e o grupo 5+1 (EUA, Rússia, França, Reino Unido, China e Alemanha), concede um alívio temporário para o Irã em troca da neutralização de seu arsenal de urânio enriquecido e permissão de acesso diário de inspetores internacionais a instalações iranianas.
As sanções anunciadas nesta quinta-feira são as primeiras após este pacto, que foi recebido com ceticismo por certos setores do Congresso dos Estados Unidos que buscam aumentar a pressão sobre Teerã.
Desde que os Estados Unidos e a União Europeia adotaram estas medidas de pressão em 2011, as exportações de petróleo do Irã se reduziram em 60%.
O anúncio acontece um dia depois que o secretário de Estado, John Kerry, e o secretário do Tesouro, Jack Lew, se reuniram a portas fechadas no Capitólio com congressistas americanos para explicar a estratégia da administração do presidente Barack Obama.